O efeito da combinação de inflação em alta e juros elevados continua colaborando para o aumento da inadimplência na capital mineira. Segundo o indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH), do mês de outubro, o número de dívidas em atraso apresentou crescimento de 2,27% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Esse é o maior índice dos últimos cinco anos.

Para a economista da CDLCDL/BH, Ana Paula Bastos, a elevação do custo de vida, resultado da alta da inflação e dos juros, leva muitos consumidores a se endividarem e por consequência, tornarem-se inadimplentes. "Por esta razão o planejamento financeiro é uma importante ferramenta para o controle dos gastos", disse. "É preciso manter as contas em dia para evitar situações de endividamento", completou.

Na comparação com o mês imediatamente anterior (Out/Set) o número de dívidas em atraso apresentou aumento de 3,31%. E no acumulado do ano (Jan-Out2014/Jan-Out2013) a inadimplência na capital mineira aumentou 5,78%.

Perfil do inadimplente - No mês de outubro, a maioria das dívidas em atraso foi contraída por consumidores do sexo masculino (50,79%), o feminino foi responsável por 49,21% dos registros. Por faixa etária, a maior parte dos débitos (26,86%) concentrou-se entre os consumidores com idade entre 30 e 39 anos, e a minoria (9,7%) acima de 65 anos. Foi registrado o maior número de dívidas em atraso (75,61%) nas faixas até R$ 250.

Cancelamento de registros - Comparando com o mês imediatamente anterior (Out/Set), a recuperação de crédito cresceu 1,85% na capital mineira. A economista da CDLCDL/BH atribui o desempenho à proximidade das festas do fim de ano, como Natal e Ano Novo, quando muitos consumidores tentam se organizar financeiramente neste período com o objetivo de quitar suas dívidas e assim recuperar o crédito. "Além disso, a taxa de desemprego em patamares menores representa um maior número de consumidores com renda disponível para a quitação das dívidas em atraso", afirmou Ana Paula.

Em relação a outubro do ano anterior (Out.14/Out.13), o pagamento de dívidas em atraso registrou queda de 1,03%. E no acumulado do ano, a regularização dos débitos apresentou declínio de 0,53%. "O cenário econômico de aumento da inflação e taxas de juros contribui para o aumento do registro de inadimplentes e também dificulta os consumidores que já se encontram em tal situação a quitarem suas dívidas em atraso", afirmou a economista da CDLCDL/BH.