Através do Help Aéreo consumidores podem formalizar queixas, tais como atrasos e overbooking, contra aéreas

Nádia de Assis

Getúlio Santos e Eduardo Mitre já planejam aplicativo voltado para paquera/Alisson J. Silva

Viajar de avião é sinônimo de transtorno para grande parte dos passageiros, que comumente são obrigados a enfrentar longas horas de atraso e cancelamentos inesperados. Com o objetivo de ajudar os usuários desta modalidade de transporte a reivindicar os seus direitos, astartup mineira Fill the Blank, localizada no bairro São Pedro (região Centro-Sul), desenvolveu um aplicativo batizado de Help Aéreo.

Através dele, os passageiros podem formalizar as suas queixas seguindo apenas seis passos simples. Entre as ocorrências que podem ser denunciadas estão atrasos demasiadamente demorados, cancelamentos, overbooking e extravio de malas. Uma vez enviada, a solicitação é analisada por advogados responsáveis por definir quais delas têm embasamento para se transformar em ação judicial. O pagamento será feito apenas se o juiz decidir a favor do cliente lesado pela companhia aérea e o custo será de 25% sobre o valor total recebido.

O aplicativo foi lançado há cerca de três semanas, na véspera da abertura da Copa do Mundo. "A escolha da data foi estratégica, pois pensamos que esta seria uma época durante a qual mais pessoas poderiam ter problemas com o transporte aéreo, devido ao movimento ainda mais intenso nos aeroportos", explica um dos sócios da empresa e idealizadores da iniciativa, Getúlio Santos.

No momento, a ferramenta está disponível gratuitamente somente para usuários do sistema iOS, ou seja, de iPhone ou iPad. Apenas neste curto período, já foram 500 downloads, número que surpreendeu os criadores. A expectativa é de que o app esteja disponível também sem custos para o sistema Android ainda em julho. Até o fim de 2014, a empresa espera que cerca de 2 mil pessoas já tenham baixado o aplicativo. A meta é mais ambiciosa para o próximo ano, quando 30 mil dispositivos móveis já devem contar com a tecnologia instalada.

O sistema demorou aproximadamente três meses para ser desenvolvido e demandou um aporte estimado em R$ 60 mil, montante que não inclui investimentos em publicidade. "Divulgamos apenas entre os nossos amigos e todos os downloads que conseguimos até agora contaram com a ajuda da propaganda boca a boca", comemora Santos. Quanto mais usuários o app tiver, mais chances a startup tem de obter receita com ele, o que seria feito por meio de anunciantes e estabelecimento de parcerias com outros escritórios de advocacia espalhados pelo país.

O Help Aéreo é a principal aposta da Fill the Blank para este ano. No entanto, a startup também cogita a possibilidade de desenvolver outros aplicativos para ajudar consumidores a ter os seus direitos respeitados de maneira mais ágil e menos burocrática.

A Fill the Blank foi fundada há cerca de um ano por quatro amigos com formações distintas e interesses comuns: os irmãos Eduardo e Edgard Mitre, ambos da área de Tecnologia da Informação (TI); o advogado Getúlio Santos e o publicitário Leonardo Souto. Além do Help Aéreo, a startup já foi responsável pela criação de um aplicativo de tradução jurídica. Em breve, ela deve lançar também o app de paquera Vai Rolar, inspirado no americano Tinder.