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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 03-06-2014 - 05:00 -   Notícia original Link para notícia
Iata corta em 3,8% a projeção de lucro no ano

Por Renato Rostás | De São Paulo


Tony Tyler, da Iata, projeta para a América Latina lucro de US$ 1,1 bilhão em 2014 ante US$ 200 milhões em 2013


A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) revisou para baixo a previsão de lucro das companhias aéreas em todo o mundo em 2014, em 3,8%, para US$ 18 bilhões ante US$ 18,7 bilhões projetados em março e US$ 19,7 bilhões de estimativas feitas anteriormente. Mesmo assim, o resultado esperado ainda representa crescimento de 70% ante US$ 10,6 apurados em 2013.


A Iata prevê que os gastos globais com transporte aéreo cheguem a US$ 746 bilhões durante 2014, ou cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. A cifra representaria expansão de 5% ante o ano passado.


As projeções foram divulgadas ontem pelo presidente da entidade, Tony Tyler, durante assembleia do grupo que representa as 200 maiores companhias aéreas do mundo, em Doha, no Catar.


Segundo a Iata, a expectativa para 2014 é de alta de 5,9% na demanda por voos, medida pelo índice que relaciona receita de passageiros por quilômetro viajado (RPK). A estimativa de oferta, em assentos disponíveis por quilômetro (ASK), é de alta em 5,5%. A taxa de ocupação subiria 0,7 ponto percentual, para 80,4%.


Segundo a Iata, a América do Norte terá o melhor desempenho financeiro neste ano. É esperado lucro de US$ 9,2 bilhões, aumento de 31,4%. A pior performance viria da África, com resultado positivo de US$ 100 milhões, contra prejuízo de US$ 100 milhões em 2013.


Para a América Latina, a Iata projeta lucro de US$ 1,1 bilhão, contra US$ 200 milhões observados no ano passado. Na região, é aguardado incremento de 6% na demanda e alta superior da oferta, de 6,5%. Com isso, a taxa de ocupação deve piorar em 0,2 ponto, ficando em 61%.


"O ambiente para as latino-americanas é divergente, sendo que as rotas domésticas vão pesar sobre o desempenho no ano", aponta a associação. "Mesmo assim, uma parcela de consolidação no mercado e viagens de longa duração devem sustentar o crescimento no lucro da região".


Sobre a Venezuela, a Iata expressou preocupação com a política cambial. "O governo venezuelano está erroneamente segurando cerca de US$ 4 bilhões de fundos das aéreas, colocando a conectividade do país em risco. As empresas não podem prestar um serviço pelo qual não são pagas", disse Tyler. "Não é surpresa que algumas tenham parado de voar no país."


Na Europa, o lucro projetado pela Iata é de US$ 2,8 bilhões, ante US$ 500 milhões no ano passado; na Ásia e no Pacífico, a expansão seria de 60%, para US$ 3,2 bilhões; e no Oriente Médio, é previsto resultado de US$ 1,6 bilhão, também aumento de 60%.


De acordo com a Iata, as empresas aéreas se tornaram mais eficientes nos últimos tempos, mas mesmos assim vão enfrentar maiores gastos com combustível de aviação neste ano. Para 2014, a Iata projeta alta de 1% nessas despesas, para US$ 212 bilhões.


Após apresentar as projeções, o presidente da Iata reclamou da baixa rentabilidade do setor. Segundo Tyler, a margem líquida das companhias ficará em "apenas" 2,4% em 2014 - o que representa uma estimativa de receita agregada em US$ 750 bilhões -, o que ainda traz ganhos tímidos. "A estrutura regulatória ainda impede a consolidação global que alguns países já experimentaram", disse.


Em 2014, a Iata acredita que serão transportados 3,3 bilhões de passageiros e 52 milhões de toneladas de carga no mundo.



Latam prevê prejuízos com a Copa


Por Folhapress, de Doha


O presidente do grupo Latam, Enrique Cueto, afirmou que junho e julho deste ano serão meses de prejuízo por causa da Copa do Mundo no Brasil. Durante a 70ª Conferência Anual da Iata (Associação Internacional das Empresas Aéreas, sigla em inglês), em Doha, no Catar, o executivo chileno apontou que haverá impacto nas receitas domésticas e internacionais da TAM e da Lan. "Vamos ter menos dias úteis, pois em dia de jogo o Brasil para, não tem tráfego de negócios. E por causa da Copa, o brasileiro não vai viajar nem para as estações de esqui no Chile e na Argentina e nem para Miami e Orlando e Europa, afetando o tráfego regional e de longo curso", disse Cueto.


O executivo chileno também criticou a infraestrutura aeroportuária brasileira. "A infraestrutura não é das melhores em muitas cidades", disse. "Vai ser um desafio, uma operação muito diferente do que estamos acostumados". Cueto não quis precisar o tamanho do prejuízo previsto para o período da Copa. "Temos que esperar o fim do evento."


Na mesma conferência, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, disse que até o fim do ano a empresa anuncia a decisão de compra de 20 jatos regionais para operar em cidades médias do Brasil. O executivo afirmou que a empresa pretende operar apenas jatos - e nenhum turboélice. Ele diz haver demanda de 50 a 55 cidades para uma operação com jatos regionais e acrescentou que a TAM já conversa com diferentes fabricantes, embora haja uma preferência pelos jatos da brasileira Embraer.


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