Bijuterias, restaurantes, teatro e shows tiveram as maiores altas

Presentear as mães está mais caro neste ano, segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O preço dos 23 itens medidos pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC) aumentou, em média, 7,33%, entre maio de 2013 e abril de 2014, número maior do que a inflação acumulada no mesmo período, de 6,36%, também levantada pelo IPC.

As maiores altas foram registradas no setor de serviços. O preço do teatro subiu 21,62% no ano, seguido dos de shows musicais e restaurantes. De acordo com o economista da FGV, André Braz, isso se deve ao crescimento da demanda, resultado do incremento dos salários e da criação de novos hábitos no dia a dia das famílias brasileiras, como comer fora de casa. "Isso aumenta os custos para os fornecedores, com aluguel e folha de salário, por exemplo. Tudo é repassado para o consumidor e influencia na inflação".

Já entre os produtos que compõem o item presentes, as bijuterias tiveram a maior alta (10,70%), seguidas dos perfumes. "O preço dos produtos não subiu tanto, porque a concorrência dentro dos segmentos é grande", explica Braz.

Entre todos os itens pesquisados, dois tiveram variação negativa nos custos: celulares e TV´s. Segundo ele, apesar da queda, esses produtos continuam caros e exigem planejamento. "O consumidor deve avaliar, pois, com o parcelamento, os juros às vezes não compensam".

No restante do ano, o preço dos serviços deve continuar superior à inflação. "As condições macroeconômicas, como os altos salários e a baixa taxa de desemprego, permitirão que isso se mantenha a médio prazo", aponta Braz. Já o preço dos bens duráveis deve cair, devido às crescentes taxas de juros.

Em Belo Horizonte, a inflação também está afetando os preços. Segundo a economista da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL/ BH), Ana Paula Bastos, os empresários já repassam o aumento das despesas. "O custo de vida já está alto, então os consumidores devem optar pelas lembrancinhas para as mães", diz ela.