G1 ( Triângulo mineiro ) - RJ - Brasil | - 07-05-2014 - 10:43 - | Notícia original | Link para notícia |
Mulheres contam o que não querem ganhar no 'Dia das Mães' - 08h34 |
Utensílios domésticos lideram ranking; pesquisadora justifica opções. Fernanda Resende e Caroline AleixoTriângulo Mineiro Metuzael comemorando conquistas ao lado de um A bióloga Metuzael Pereira, de 49 anos, tem três filhos e, desde que ganhou de presente de Dia das Mães uma travessa de vidro que não durou sequer um dia, passou a dar indiretas para eles do que gostaria de receber. Na época, além de ficar sem o utensílio, a família inteira ficou sem o almoço. Depois do fato, ela fez uma lista do que não quer mais: panelas, jogos de copos ou de xícaras e enfeites para casa. Assim como a biológa, todos os anos outras mulheres ganham presentes que muitas vezes não admitem, mas que no fundo não gostaram. A travessa que quebrou Foi então que Metuzael ficou sem o presente e sem almoço também. Esse ano, ela já deu as indiretas e da "lista do que não quer". Contudo, ressaltou que um bom presente não é aquele que se atém em valores. "Um dos presentes que mais me emocionou foi uma mensagem que minha filha Giselle me deu em 2008. No texto dizia que entre todas as mulheres do mundo, Deus havia dado a ela a melhor mãe do mundo - uma mulher de beleza infindável e de difícil descrição. Dois anos depois ela morreu e, desde então, eu evito ler a mensagem que está guardada devido a dor e saudade que ainda sinto, mas com certeza foi um dos melhores presentes que já tive", lembrou. Assim como Metuzael, a secretária Paula Novais, de 40 anos, também tem histórias para contar. Ela tem dois filhos e um neto e recordou que já ficou contrariada na data. "Meu filho mais velho, hoje com 20 anos, sempre que ia me da algum presente colocava em cima da cama e nunca me entregava em mãos. Eu sempre cobrava dele dizendo que não era daquela forma que se demonstrava atenção para a pessoa querida", afirmou. Artigos de cozinha coloridos e modernos atiçam consumidores (Foto: Adriana Justi / G1 PR) Os sapos que viraram coleção Paula Novais ainda deu a dica para que os filhos acertem no presente. "Antes de sermos mães, somos mulheres. Gostamos de um bom perfume, de roupas, livros, sapatos ou qualquer outra coisa de uso pessoal", acrescentou. As mães que admitem o que querem Depois do ocorrido, Eustáquia disse que geralmente aceita o presente, mas se não gosta, simplesmente não usa. A colunista social Sônia Sampaio também passou por algo parecido. Uma vez ela ganhou um relógio que não era do estilo dela e detestou, resultado: nunca colocou no braço. "Na hora eu fiz cara de paisagem, até porque é meio constrangedor. Mas como foi dado de coração, a gente aceita de coração também", admitiu. Bijuterias podem ser opção para os filhos Novas escolhas As mães esperam ganhar algo à altura e que possam proporcionar algum prazer ou satisfação pessoal. Com isso, a expressão "não quero nada para casa" tornou-se comum na hora de saber o que não comprar. Segundo a pesquisadora do Núcleo Estudos de Gênero da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cláudia Guerra, a situação é reflexo de que as mulheres passaram a ocupar espaços além do doméstico, mais comum antigamente. "Apesar de em muitos casos ela acumular tarefas com tripla jornada, o que não é conquista, mas ônus para o século XXI, hoje a mulher domina vários espaços. Conquista é a distribuição de tarefas por competências e habilidades e não por ser função de homem ou de mulher, historicamente construídas", comentou. Cláudia, que também é mãe, opinou que a data tem sido muito mais comercial para circulação de mercadorias e que presentes são relativos. O contato, um bilhetinho, um desenho simples, valem mais que qualquer mercadoria sem personalidade e vazia de sentido ou significado. Produtos ainda não muito procurados Contradição Segundo os empresários, dentre os itens mais procurados para a data estão aparelhos de jantar, jogos de xícaras, panelas, vasilhas e travessas. Eletrodomésticos e eletrônicos em geral também estão com boa saída. Em uma pesquisa divulgada pela () de Uberlânida, o setor de vestuário também está entre um dos mais cotados. De acordo com o presidente da , Celso Vilela, as vendas no comércio poderiam estar melhores, mas devido ao endividamento do consumidor o índice de crescimento para a data ainda é baixo. A expectativa de vendas para este ano é de que o comércio tenha 3% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado. "O cliente está pensando mais na hora de comprar o presente e isso se deve aos cenários (político e econômico) que ele se encontra imerso", disse. Celso Vilela acredita que além da grande procura por eletrodomésticos, a data será marcada também pela alta procura de smartphones. Nos últimos 12 meses, conforme ele, houve um crescimento de 519% do item em todo o Brasil. "Na verdade percebemos através das tendências que as mães de hoje não querem ser presenteadas com produtos de casa. É o 'Dia das Mães' e não o dia da casa", afirmou. Ainda de acordo com ele, os itens mais preferidos pelas mães na cidade são: perfumes, joias, jantar, flores, livros, viagens e estadia em SPA. "Não há duvida das tendências de presentes desejados. A mulher atual pensa na estética, no bem estar. O mercado está caminhando, mesmo que timidamente, para esse novo modelo de valorização", concluiu. Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL |
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