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JVA online - MG ( Notícias ) - MG - Brasil - 04-05-2014 - 10:42 -   Notícia original Link para notícia
Alteração do nome da avenida Castelo Branco gera polêmica

Associação de Moradores do Horto critica proposta e enumera prejuízos para comerciantes e a população

O nome da avenida Castelo Branco, no Horto, é uma homenagem ao primeiro presidente do governo militar no paísIPATINGA - O movimento no Vale do Aço que propõe mudança nos nomes de ruas e avenidas cujas denominações são inspiradas em ex-presidentes do período da Ditadura Militar no Brasil, bem como de políticos que apoiaram o Golpe Militar de 1964, gera polêmica. Os casos mais emblemáticos são da avenida Magalhães Pinto, em Coronel Fabriciano, e da avenida Castelo Branco, no bairro Horto, em Ipatinga.
 
Recentemente, a prefeita de Fabriciano, Rosângela Mendes (PT), sancionou a Lei que autoriza a alteração do nome da avenida Governador Magalhães Pinto. Há prazo de um ano para que se realize um estudo sobre o impacto da mudança. Foi na gestão do ex-governador mineiro Magalhães Pinto que ocorreu o fatídico Massacre de Ipatinga, em 1963. Já Castelo Branco foi o primeiro presidente do governo militar e um dos articuladores do golpe de 64. 

As entidades, lideranças e políticos que são contra as mudanças dos nomes de ruas e avenidas que homenageiam ex-presidentes e simpatizantes do governo militar - defendidas especialmente por políticos petistas - argumentam que as alterações vão gerar uma série de transtornos para comerciantes e moradores instalados nos locais em questão. 

A Associação de Moradores do Bairro Horto (AMOH), por exemplo, está se mobilizando para pressionar a Câmara Municipal de Ipatinga a não aprovar qualquer projeto de Lei que altere o nome da avenida Castelo Branco. A entidade observa que seriam necessárias alterações de CNPJ, Registros de Imobiliários, Registro na Secretaria da Fazenda, catálogos telefônicos, notas fiscais, entre outros transtornos. Os cartórios de registro estão entre os que lucrariam com essa demanda. 

A primeira ação concreta da AMOH foi formular um manifesto - em conjunto com outras entidades - para mostrar o descontentamento da comunidade com a possível alteração do nome da avenida Castelo Branco. O documento foi entregue pelo presidente da associação, Luiz Gonzaga Merotto, ao presidente do Legislativo, vereador Ley do Trânsito (PSD), há duas semanas. 


Merotto, presidente da AMOH, entregou manifesto ao presidente do Legislativo, Ley do TrânsitoO líder comunitário desabafa. "Sou um dos moradores da avenida Castelo Branco e seria um dos prejudicados com essa possível mudança. Muita gente que tem comércio na avenida ficaria prejudicada. Haveria transtorno com fornecedores, clientes, nota fiscal. Os embaraços com telefones, endereço e registros também seriam enormes. Então é uma medida que não justifica", opina Luiz Merotto. 
Além da AMOH, assinaram o manifesto a ACIAPI (Associação Comercial de Ipatinga), () de Ipatinga, 72ª Subseção da OAB de Ipatinga, entre outras entidades.

Ato Público

Dezenas de estudantes promoveram um ato de protesto no dia 1º de abril, na avenida Castelo Branco, no bairro Horto. Cerca de 300 jovens relembraram os 50 anos do golpe militar no Brasil e exigiram a mudança do nome da avenida, que presta homenagem ao primeiro presidente militar. O ato contou com a presença de professores e alunos das escolas estaduais Márcio Cunha (Horto), Selim José de Sales (Canaã) e Dom Helvécio (Areal). 

Depois da manifestação no Horto os jovens seguiram para a Praça 1º de Maio, no Centro. Após o ato de protesto na praça, o grupo seguiu para a Câmara Municipal, onde entregou a proposta sobre a mudança do nome da avenida Castelo Branco e remoção dos bustos de Castelo Branco e seu sucessor Costa e Silva do Centro de Ipatinga. 

Bom senso

Na avaliação de Luiz Gonzaga Merotto, presidente da AMOH, os interesses da comunidade devem estar acima do nome da avenida Castelo Branco, ou de qualquer outra via pública que leve o nome de personalidades do passado.

"Se o Castelo Branco foi ditador ou não, se foi torturador ou não, é uma coisa. Agora, mudar o nome de uma avenida em razão dessa discussão e com isso prejudicar dezenas de pessoas é inadmissível. Então quer dizer que se amanhã ou depois alguém batizar uma avenida com o nome de um presidente atual, e se esse presidente fizer um governo ruim, então a denominação da avenida tem que ser alterada? Isso é um contrassenso", analisa Merotto. 


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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