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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 30-04-2014 - 07:38 -   Notícia original Link para notícia
Custo em alta pressiona preço de bilhete aéreo

São Paulo - O aumento das despesas das empresas aéreas em decorrência do maior custo do combustíveis e do câmbio mais desfavorável pressionou o preço das passagens domésticas, especialmente para bilhetes adquiridos poucos dias antes da viagem. Mas nas compras com maior antecedência, de 14 a 21 dias, os preços até recuaram em março, na comparação com outubro.

Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que também apontou que as viagens domésticas estão mais baratas no Brasil do que nos Estados Unidos, em dólares por quilômetros, para voos entre cidades com distância aproximada de 1 mil quilômetros.

De acordo com o estudo, um bilhete aéreo para voo doméstico no Brasil com distância aproximada de 1 mil km adquirido com sete dias de antecedência custava US$ 0,14/Km em março, valor cerca de 16% acima do verificado em outubro passado, quando estava em US$ 0,12/km. Para as compras feitas 14 dias antes da viagem, houve estabilidade, com bilhetes a US$ 0,09/km em ambos os meses estudados. Bilhetes adquiridos com 21 dias de antecedência apresentaram redução de 30% no valor, passando de US$ 0,13/km para US$ 0,09/km.

O consultor técnico da Abear Maurício Emboaba, responsável pelo estudo, explicou que a alta observada nas compras de curto prazo podem ser atribuídas especialmente aos custos mais elevados, seja em decorrência da alta do dólar frente o real - já que cerca de 60% dos custos das aéreas são denominados em dólares - seja por causa do preço do combustível.

"As tarifas para sete dias de antecedência espelham o aumento de custos do setor, porque essas compras são feitas em sua maioria por pessoas jurídicas, que são menos sensíveis a preços que as pessoas físicas", disse.


Equilíbrio - Ao comentar sobre o equilíbrio dos preços para as compras de maior antecedência entre outubro e março, o consultor destacou a comparação com os preços dos bilhetes aéreos domésticos nos Estados Unidos para trechos com os mesmos 1 mil quilômetros. Nos EUA, os preços chegaram a triplicar no mesmo período.

Conforme o levantamento da Abear, o preço da passagem aérea era de cerca de US$ 0,30/Km em março para as compras feitas com antecedência de 14 dias e de US$ 0,28/Km se o bilhete fosse adquirido 21 dias antes da data da partida. Para compras com apenas uma semana de antecedência, o valor é de US$ 0,29/Km. Em outubro do ano passado, os valores eram de US$ 0,10/km (nas compras 14 dias de antecedência), US$ 0,09/Km (21 dias) e US$ 0,12/km (7 dias), similares aos observados no Brasil.

Emboaba explicou que o aumento de preços das passagens nos EUA é reflexo da recuperação econômica pela qual o país vem passando. "Com a economia voltando a se aquecer, quem vai viajar acaba pagando mais caro, mesmo comprando com antecedência. Mas isso deve ser entendido como uma situação característica daquele mercado", disse, explicando que no mercado norte-americano a participação dos passageiros que viajam a negócios é menor que no Brasil e a taxa de ocupação das aeronaves é maior, por isso as flutuações de preços têm uma dinâmica diferente. (AE)



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Genebra - O Brasil vai à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios dados pelo Japão à fabricação e exportação de jatos, acusando Tóquio de estar distorcendo o mercado e prejudicando as vendas da Embraer. Brasília ganhou o apoio da China, que também já estuda entrar no mesmo mercado da aviação civil.

O caso foi apresentado ontem em Genebra pelo Itamaraty, mesmo não se tratando ainda de uma disputa comercial nos órgãos de solução de controvérsias. O Brasil cobra uma explicação sobre o dinheiro concedido pelo governo à Mitsubishi Regional Jet.

Segundo o Itamaraty, esses recursos seriam subsídios ilegais e violariam as regras da OMC. Isso porque, ao receber essa ajuda, os jatos japoneses estariam concorrendo no mercado internacional em melhores condições que a Embraer. O Brasil pediu que Tóquio informasse a dimensão dessa ajuda e quanto dinheiro a empresa recebeu do governo sob a alegação de recursos para pesquisa e desenvolvimento.

Em resposta, o governo do Japão garantiu que sua política para o setor da aviação era "consistente" com as regras da OMC e com os acordos de subsídios. Além disso, Tóquio garante que notificou a organização de comércio sobre seu projeto. O Itamaraty imediatamente retrucou, alertando que continuará a levantar o tema nos debates da OMC, e em encontros futuros, até que o Japão esclareça o volume de subsídios.


Mercado - Há quatro anos o Brasil levantou pela primeira vez o assunto, ainda que de forma moderada. O Japão está se preparando para entrar no mercado de jatos regionais, hoje dominado por Brasil e Canadá. Neste ano de 2014, Tóquio deverá lançar um modelo para 92 pessoas. Mas, quatro anos antes da entrada em operação, 200 encomendas já haviam sido feitas. A meta do Japão é controlar uma em cada três encomendas mundiais desse segmento.

Em 2011, Brasil, Japão, EUA, Canadá e Europa assinaram um acordo estabelecendo limites para a ajuda dos estados ao setor aéreo, na esperança de pôr fim à crise e às guerras comerciais. Mas o tratado não impediu novas acusações.

No início do mês, o Japão liderou uma ofensiva de mais de 30 países questionando na OMC a política de incentivos fiscais do governo brasileiro para montadoras, dizendo que o Brasil podia estar violando as regras internacionais ao reduzir o IPI e outros impostos para empresas que fabricassem veículos localmente com determinado nível de peças nacionais.

O Japão pediu que o Brasil removesse as medidas, que considerava "discriminatórias" e disse estar também preocupado com práticas similares em setores como comunicação e equipamentos de informática. (AE)


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