Muitas promoções vão surgir e, quem tiver paciência para pesquisar e agilidade, pode alcançar bons resultados

A menos de 60 dias para o início da Copa do Mundo Fifa, turistas, poder público e iniciativa privada estão, ou pelo menos deveriam estar, acertando os últimos detalhes para a competição. Os torcedores que conseguiram os tão sonhados ingressos e não fizeram reservas em hotéis têm uma grande missão pela frente.

Para quem quer fugir do "clima futebolístico" e ficar no Brasil, uma dica são as praias do litoral paulista/Divulgação

De acordo com o diretor da MXM Turismo, Renato Freitas, planejamento é essencial e mesmo quem deixou para a última hora pode conseguir boas condições. Do outro lado, os empreendimentos que tiverem uma boa estratégia podem conquistar esse público e garantir bons negócios. "Até agora, trabalhamos com dificuldades já que muitos hotéis importantes estavam comprometidos com a Fifa. Depois que a Match (Match Accommodation, empresa que tem a exclusividade na venda de ingressos para a Copa) fez o desbloqueio, algumas redes já disponibilizaram as vagas e entraram em contato com as agências", afirma Freitas.

Para o empresário, este é um momento de atenção. Muitas promoções vão começar a surgir principalmente na internet. Quem tiver paciência para pesquisar e agilidade na decisão poderá ter bons resultados. "Muitos hotéis ainda vão segurar essas vagas por algum tempo esperando pela reação do mercado. Este é um momento de atenção. Ao mesmo tempo que surgirão boas oportunidades também aparecerão oportunistas. O turista deve ter muita atenção, buscar informações sobre os hotéis e a consultoria de uma boa agência de viagens", alerta o diretor.

Um ponto que chama a atenção são as regras de cancelamento de reservas. Alguns hotéis têm excluído a oportunidade de cancelamento, o que é ilegal. Vale lembrar que a legislação de proteção ao turista no Brasil continua valendo durante os 30 dias de jogos.

Optar por uma hospedagem em cidades próximas da sede também pode ser uma boa saída desde que sejam analisadas as condições de mobilidade. "Até 100 quilômetros de distância ou uma hora de viagem ainda é viável. Devemos lembrar que cidades que fazem parte das regiões metropolitanas têm o trânsito tão intenso como as próprias capitais. Quem quiser seguir uma seleção pode escolher uma cidade que tiver preços mais competitivos como base e se deslocar para as demais. Belo Horizonte é um bom exemplo por estar geograficamente bem instalada entre Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília", destaca.

Para quem quer fugir do "clima futebolístico", a dica é usar milhas acumuladas e procurar destinos de baixa temporada. "América do Sul nessa época não é um bom destino por ser início da temporada de inverno. Estados Unidos e Europa podem ser mais interessantes. Dentro do Brasil também existem boas oportunidades. O litoral paulista e as regiões de serra, além dos hotéis-fazenda são algumas delas", enumera.

Apesar de avaliar a Copa como um evento positivo em termos de visibilidade, o gestor acredita que o Brasil e o turista interno aproveitaram menos o evento do que poderiam. "Infelizmente o nosso turista e o próprio trade não amadureceram com a oportunidade. Ainda vemos muita falta de profissionalismo e um nível de exigência baixo. Hotéis que cobram taxas diferentes para turistas estrangeiros, além da confusão que reina em aeroportos e rodoviárias são exemplos do que não pode ser feito. Os investimentos feitos pela rede hoteleira trouxeram modernização, mas falta maturidade ao mercado", lamenta.