Laboratórios de nanotecnologia desenvolvem painéis solares mais leves e baratos e circuitos de cerâmica de altíssimo valor agregado.

A nova sede do centro de pesquisas CSEM Brasil, inaugurada recentemente em Belo Horizonte, possui um dos laboratórios de nanotecnologia mais avançados do mundo. Em março, o CSEM recebeu o Prêmio Bom Exemplo 2014, na categoria inovação. Esta categoria considera o foco da empresa em transformar tecnologias de ponta em produtos que impactam na vida das pessoas e coloquem o Brasil em posição de competitividade mundial, funcionando como uma ponte entre a pesquisa e a indústria. O prêmio Bom Exemplo é um reconhecimento às iniciativas de organizações que melhoram a qualidade de vida em Minas Gerais.  Com uma infraestrutura inédita na América Latina, o CSEM Brasil atua em duas linhas de prototipagem avançada e produção. Uma plataforma é focada em Eletrônica Orgânica, sobretudo nanotecnologia fotovoltaica orgânica (OPV), que tem como principal produto a impressão de painéis solares leves, transparentes e flexíveis, para fácil integração em estruturas transparentes, fachadas, janelas, dispositivos eletrônicos e veículos. A segunda plataforma tem foco em sensores e sistemas miniaturizados que utilizam circuitos cerâmicos, chamado LTCC - Low Temperature Co-fired Ceramics. Produz circuitos eletrônicos em cerâmica. Alto valor agregado A tecnologia fotovoltaica orgânica (OPV) utiliza processos de produção de menor custo e materiais orgânicos, como um tipo de plástico mais barato, leve e versátil que o silício adotado atualmente pela indústria, abrindo inúmeras aplicações e possibilidades de mercado. Ao contrário das células de silício, os dispositivos orgânicos feitos com polímeros são flexíveis, transparentes, de fácil transporte e instalação. Eles permitem utilização limpa e ampla da energia solar para geração de eletricidade. A produção de células fotovoltaicas orgânicas tem aplicações diversas, incluindo a captação de energia solar em localidades remotas do país. Estima-se que poderá beneficiar mais de 1 milhão de moradias sem eletricidade no país. Já a tecnologia LTCC permite criar soluções inovadoras no mercado de semicondutores. A plataforma é baseada em cerâmica avançada com propriedades químicas, mecânicas e elétricas ideais para integração e encapsulamento de circuitos. Os microssistemas cerâmicos em LTCC permitem atender setores onde a miniaturização, robustez e a confiabilidade dos circuitos e da eletrônica são fundamentais. Essa plataforma permitirá a nacionalização de componentes de altíssimo valor agregado, possibilitando a redução de custos, e contribuindo para a competitividade na indústria. Suas características podem fazer dela uma ferramenta importante para diversas áreas, como setor automobilístico, telecomunicações, biomedicina, agricultura e aeronáutica, entre outros.

Nova sede O CSEM Brasil foi recentemente inaugurado em sua nova sede, no Senai-Cetec, na futura Cidade da Ciência e do Conhecimento, no bairro Cidade Nova em Belo Horizonte. Na região está sendo construída a nova sede da FAPEMIG. O centro de pesquisa é fruto de uma parceria entre o Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), a gestora de capitais brasileira FIR Capital e o Centre Suisse dÉlectronique e Microtechnique, CSEM S.A. O Centro de Pesquisas está no Brasil desde 2006, com apoio da FAPEMIG e do Governo de Minas, para fornecer soluções tecnológicas inovadoras ao mercado, utilizando a experiência dos sócios, em parceria com universidades e centros de P&D brasileiros e estrangeiros. Ao investir no desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica orgânica, o CSEM Brasil insere o país num mercado que deverá movimentar R$ 1 bilhão no país, em 2019, e 6 bilhões de euros no mundo em 2022. A infraestrutura instalada é dirigida a pesquisas e produção de aplicações da eletrônica orgânica e impressa em larga escala, com baixo custo, permitindo novas e maiores aplicações das tecnologias. A importância do investimento está em seu potencial de transferir ao mercado uma tecnologia inovadora que vem sendo desenvolvida no âmbito da pesquisa para ganho de escala.  "O desafio do CSEM Brasil é justamente trazer esse conhecimento, que hoje se restringe à academia, para a indústria nacional. Este prêmio confirma a importância de trilharmos o caminho da ciência aplicada, que impacta a vida das pessoas e coloca o Brasil em posições de competição no cenário de tecnologia de ponta e mundial", comentou o CEO do CSEM Brasil, Tiago Maranhão Alves.

O Prêmio Bom Exemplo já está na sua quinta edição e é oferecido pela Rede Globo Minas e pela Fundação Dom Cabral, em parceria com o Jornal O Tempo e com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Já foram escolhidas oito das nove categorias, por convidados da organização. O vencedor da categoria Cidadania será escolhido em votação pelo público,  de 11 a 27 de abril, por meio do sitewww.premiobomexemplo.com.br. Saiba mais sobre a indicação do CSEM nesta matéria: redeglobo.globo.com/globominas/noticia/2014/04/csem-brasil-vence-categoria-inovacao-do-bom-exemplo-2014.html Fotos: Paulo Cunha/ Outra Visão; Pedro Paturle/ Divulgação Simi Com informações de Tinno Comunicação.