A pesquisa "Sistema de Indicadores Econômicos do Setor de Agenciamento Turístico 2013", feita para mapear o perfil das empresas que compõem o setor de agenciamento turístico no Brasil, revela que o volume médio de vendas das empresas em 2013 superou R$ 20 milhões, sendo R$ 11 milhões apenas no segundo semestre, alta de 17% em relação à média de R$ 9,4 milhões registrada de janeiro a junho. O estudo foi realizado pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis), a pedido do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP), com o objetivo de estabelecer um histórico sobre a evolução desse mercado.

De acordo com o presidente do Ipeturis, Marciano Freire, apesar de somente consultar empresas com unidades em São Paulo, os dados podem ser considerados um retrato do setor no Brasil. "Podemos entender que o estudo traz dados que retratam o Brasil como um todo. Quase 50% das agências de turismo brasileiras estão em São Paulo e das 6,6 mil associadas ao Sindetur-SP, 10% responderam ao questionário. Se pensarmos em capitais como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, essa proximidade de perfis e de resultados se torna ainda maior", explica Freire.

A proposta do estudo, que está na segunda edição, é mapear o perfil das empresas que compõem o setor de Agenciamento Turístico para estabelecer um histórico comparativo sobre a evolução desse mercado. São realizadas quatro pesquisas trimestralmente, que consolidadas, dão origem ao relatório anual com dados sobre o perfil das empresas, tempo de atuação, número de colaboradores, remuneração, volume de vendas, serviços turísticos comercializados, destinos procurados, entre outros.

Perfil - De acordo com a pesquisa, microempresas são a maioria do setor, com 67,3%, seguidas pelas pequenas, com 27,1%. As menores tiveram alta de 11% no período, as pequenas de 26% e a médias de 36,6%. O único estrato com queda foi o das grandes empresas com menos 7,5%. "As micro, pequenas e médias empresas têm clientes e produtos de perfis variados, apresentando, portanto, um crescimento constante mesmo que mais moderado. Já as grandes estão muito mais ligadas ao turismo internacional e qualquer variação faz com que seus resultados apresentem uma grande diferença", analisa o presidente.

Destinos nacionais representaram maior volume de vendas em 2013, em torno de 54% em relação ao total de empresas consultadas. Quanto ao perfil do cliente, a maioria é pessoa física. As vendas para outras agências, operadoras e corporativos do setor público aumentaram apenas no segundo semestre.

Na lista dos serviços mais comercializados estão: passagens aéreas, com 93,5%; hospedagem, 93,2%; pacotes e/ou excursões, 90,4%; locação de veículos, 87,3%; cruzeiros marítimos, 81,3%; eventos, feiras e exposições, 52,5%; serviços de receptivo, 46,1%; viagens de incentivo, 45,7%; viagens de intercâmbio, 41,5%.

Outro aspecto que merece destaque na avaliação de Freire, é a idade média das agências. 648 empresas do setor participaram do estudo, a maioria agências de viagens (81,3%) em média há 19 anos no mercado. "Existe um mito de que as empresas do setor são pouco longevas. Quase um terço delas tem entre 16 e 30 anos, e média de 19 anos. Esse é um dado relevante para quem quer estruturar melhor os investimentos. O setor do turismo ainda carece da dados e análises e não podemos depender apenas das pesquisas do poder público que são feitas de acordo com os interesses do governo e muito morosas", completa.