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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Opinião ) - MG - Brasil - 11-04-2014 - 08:12 -   Notícia original Link para notícia
Editorial - Legado da Copa virou pesadelo

A presidente Dilma Rousseff veio a Belo Horizonte no início da semana mas não trouxe boas notícias para os mineiros. A viagem teve como objetivo principal a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto de Confins, mas coincidiu com a divulgação, pela Infraero, de dados sobre o andamento das obras de reforma e ampliação dos principais aeroportos do país, acompanhada da notícia de que não ficarão prontas antes da Copa do Mundo. O quadro é verdadeiramente desanimador. Em Porto Alegre, segundo o balanço oficial, apenas 1,85% das obras no terminal está pronto e em Fortaleza o índice chega aos 15%, enquanto na média, considerados todos os aeroportos administrados pela Infraero, apenas 55% das intervenções previstas foram efetivamente realizados.

Algo bem próximo de um completo fiasco, ainda que o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, pense de outra forma. Para ele, o atendimento aos turistas, durante a Copa, não será prejudicado, um raciocínio que se fosse verdadeiro levaria à conclusão de que as obras e os gastos eram desnecessários. Ou alinhado com o presidente da Infraero, para quem será "tapear", isolando as áreas ainda em obras e garantindo atendimento nos espaços que já estão prontos. São observações autoexplicativas, ilustrando um fracasso que pode ser atribuído a elementares erros de gestão.

Dessa conta, evidentemente, o Aeroporto de Confins, que mais de perto nos interessa, também não escapa. As obras no terminal principal, que deveriam ter sido concluídas até março, estão bastante atrasadas, com menos da metade efetivamente executada. A Infraero garante que estarão prontas até maio, o bastante para atender adequadamente quem passar por lá. Ou conseguir chegar e sair, posto que persistem problemas muito sérios nas vias de acesso e nos estacionamentos. Uma situação que, na opinião unânime dos usuários de aeroporto - levantamentos mais recentes indicam que passam por Confins a cada mês um milhão de passageiros -, já é caótica. E assim deve permanecer já que, contados desde segunda-feira, a concessionária tem trinta dias para apresentar seus planos de intervenções emergenciais e a Infraero, mais vinte dias para aprová-los. Assim, e se tudo der certo desta vez, os pedreiros estarão chegando junto com os turistas que vierem para a Copa.

Já é oficial, tudo ficará para depois e sabe-se lá para quando. O tal legado da Copa, conjunto de intervenções permanentes na área de mobilidade e serviços urbanos, pelo que se pode concluir, derreteu mesmo antes que algum juiz apite o início do primeiro jogo, daqui a dois meses. Eis a incômoda realidade, evidência de um fracasso que nem mesmo os mais pessimistas foram capazes de prever.


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