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Estado de Minas Online ( Opinião ) - MG - Brasil - 03-04-2014 - 09:09 -   Notícia original Link para notícia
Correria em Confins

Concessão será assinada dia 7, com as obras para a Copa muito atrasadas



Acostumados aos maus tratos e ao pouco caso com que têm sido tratados nos últimos anos, os usuários do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, tiveram, ontem, mais motivo para se preocupar com o que vai ocorrer com aquele terminal na Copa do Mundo, que se aproxima. Durante a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão (RJ), a um consórcio formado pela Odebrecht TransPort, pela administradora do aerporto de Cingapura e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, disse que aquele terminal receberá apenas mudanças simples até a Copa. Para o ministro, o Galeão precisa de pouca coisa para ficar "operacionalmente" pronto para a Copa.

Pior. Entre os problemas a serem resolvidos, conforme o ministro, estão a sujeira dos banheiros e a operação dos elevadores. Como ontem faltavam apenas 70 dias para o início do megaevento esportivo, o ministro brincou: "dá tempo para limpar qualquer banheiro". Nada disse ele sobre questões como as esteiras estragadas, problemas de iluminação, deficiências no chek-in e falhas do ar-condicionado, que tanto incomodam os passageiros que chegam ou partem do Rio de Janeiro.

Se o Galeão, reconhecido como porta de entrada do Brasil, recebe esse tipo de tratamento, o que esperar do sofrido e desprezado Confins? Tratado com longeva má vontade pelo governo federal, seu proprietário, o principal aeroporto da Região Metropolitana de BH é um ícone da ineficiência estatal. O espetacular aumento do movimento de passageiros nos últimos anos não foi acompanhado de obras de expansão e modernização pela Infraero, responsável por sua administração.

A Copa era a esperança dos usuários do aeroporto de que obras fossem realizadas a tempo e com a qualidade necessária para ampliar a capacidade do terminal dos atuais 10,4 milhões de passageiros por ano para pelo menos 11,8 milhões. Não só. As condições de embarque e desembarque estão deterioradas pelo aumento do movimento e pela falta de atualização. Não foi sem motivo que recente pesquisa realizada pela Associação de Defesa dos Consumidores (Proteste), ouvindo diretamente os próprios usuários de 14 aeroportos do país, classificou Confins como o terceiro pior do país. 

Mas as esperanças de melhores dias em Confins ainda estão longe de ser confirmadas. O aeroporto não ganhou mais do que um terminal provisório, logo apelidado de "puxadinho". As obras de revitalização da sinalização, de melhora das condições de segurança e combate a incêndio, de ampliação dos estacionamentos, modernização das esteiras e escadas rolantes nem de longe guardam paralelo com a velocidade dos jatos que pousam e decolam em Confins. Nem a metade está concluída.

Última esperança dos passageiros, a concessão do aeroporto à iniciativa privada só veio na última rodada, junto com a do Galeão. E, bem depois do que se pretendia, o contrato será finalmente assinado na segunda-feira. Depois disso, o consórcio vencedor terá 30 dias para apresentar as medidas de curto prazo que tomará dentro do Plano de Ações Imediatas (PAI). E a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem outros 20 para aprová-las. Vão sobrar 15 dias, antes do início da Copa. Pobre Confins!


 


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