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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 03-04-2014 - 11:01 -   Notícia original Link para notícia
Copom confirma expectativa e aumenta Selic em 0,25 ponto percentual

Taxa de 11% ao mês passa a ser a mais alta desde o fim de 2011


Simone Kafruni


Zulmira Furbino


Publicação: 03/04/2014 06:00 Atualização: 03/04/2014 07:17



Numa decisão amplamente esperada pelo mercado, o Banco Central (BC) aumentou em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, que passou para 11% ao ano. Foi o nono aumento consecutivo desde abril do ano passado, quando a Selic estava em 7,25%. A nova taxa é maior desde novembro de 2011. A novidade, uma vez que o mercado já apostava numa Selic em 11%, ficou por conta do comunicado do BC, que mudou o discurso e deu sinais tanto de que pode continuar o aperto, quanto de que poderá reduzir o ritmo do arrocho. Disse a autoridade monetária: "O Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a Selic em 0,25 p.p. para 11%, sem viés. O comitê irá monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Para o e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, a autoridade monetária tomou a decisão correta. "O BC deixou a porta semi-aberta. Não poderia anunciar hoje o fim do ciclo de aperto, com a inflação persistente. Mas também não poderia dizer que vai continuar o aperto, porque, se a economia estiver muito desaquecida, isso prejudicaria ainda mais", avaliou. A maioria dos analistas aposta em mais uma alta da Selic, também de 0,25 ponto percentual, na reunião marcada para 27 e 28 de maio. 

Para a de Belo Horizonte (-BH), um dos fatores que contribuiu para a decisão é a constatação do governo federal de que o aumento dos juros começou a surtir leve efeito no controle inflacionário. "Isso pode ser observado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) que, no acumulado deste ano (de janeiro a fevereiro), fechou em 1,24%, valor menor em comparação com igual período de 2013", diz a entidade em nota. Na análise dos últimos doze meses, o índice seguiu a mesma tendência de queda, entretanto, a alta de preços ainda resiste em retornar ao centro da meta estipulada pelo governo (4,5%). 

Ineficiência Para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a política de elevação dos juros para conter a inflação é ineficiente. "A inflação não recuou com o nono aumento determinado pelo Banco Central. Esse fato, aliado ao desestímulo à produção e ao consumo, nos leva ao pior dos mundos: baixo crescimento com alta inflação", sustenta Olavo Machado Júnior, presidente da entidade. "É inegável também que a falta de uma política fiscal alinhada com a política monetária e mais transparente constitui motivo importante para a resistência nas expectativas da inflação, apesar de todos os ajustes nos juros feitos pelo BC", acrescenta Olavo Machado Júnior. 

Para a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a elevação da Selic terá pouco impacto terá nas taxas de juros das operações de crédito. "Por conta da maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos reduzirem mais fortemente suas taxas de juros, é possível que algumas instituições financeiras possam manter inalteradas as suas taxas de juros das operações de crédito", acredita Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac.



 


Fundos ampliam sua rentabilidade


 


Com o novo aumento do juro básico (a taxa Selic) ontem, para 11% ao ano, os fundos de renda fixa ampliam a vantagem sobre a poupança, que havia sido conquistada em fevereiro, quando a taxa subiu para 10,75% ao ano, e passam a ser mais atraentes que a caderneta em mais cenários de prazo de resgate e valores de taxas de administração. A estimativa é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Contribui para a melhora do desempenho médio projetado para os fundos de renda fixa a queda da TR (Taxa Referencial), que compõe a remuneração da poupança. A TR média estimada pela Anefac para abril é de 0,03 ponto percentual. Em fevereiro, era de 0,05 ponto percentual. E em janeiro, quando a Selic havia subido para 10,50% ao ano, a TR era de 0,09 ponto percentual.

A TR é calculada com base no juro básico e no número de dias úteis de cada mês. Assim, um mês com feriados, como abril (Semana Santa), tem TR menor do que um mês com mais dias úteis. Além disso, com o aumento da Selic, é aplicado sobre a TR um fator que a reduz.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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