Por Paulo Brito  De São Paulo

O crescimento do setor de alojamento e alimentação do Brasil em 2013 foi de 10,6% sobre 2012, segundo levantamento do IBGE. Superior ao crescimento do PIB, o número é melhor ainda quando olhado em detalhes: há locais como Maceió, por exemplo, onde o turismo da classe C elevou entre 20% e 30% o faturamento dos hotéis, conta Miki Matsubara, presidente da rede que tem o nome de sua família, com uma unidade em São Paulo, uma em Campos do Jordão e outra em Maceió. Sem revelar o faturamento do hotel de Maceió, Matsubara conta que entre 2012 e 2013 o movimento quase dobrou: "Em 2012 ficamos entre 30% e 40% de ocupação, e no ano passado entre 60 e 70%", revela.

Nada indica que em 2014 o crescimento seja diferente, aposta o presidente da rede Matsubara: "O turismo da classe C e também as 'on-line travel agencies' estão trazendo muito movimento para o Nordeste. Tenho colegas cujos hotéis estão com 80% a 90% de ocupação", diz ele.

Esse otimismo não é compartilhado por Cristiano Vasques, sócio da consultoria Hotel Invest, que analisa o setor hoteleiro como um todo: "Em 2013 a ocupação em geral caiu um pouco, o faturamento não evoluiu e poderá diminuir ainda mais em algumas cidades como Salvador e Porto Alegre, por causa do aumento de oferta de vagas", explica. Ele não acha que neste ano o setor cresça, apesar da Copa do Mundo: "A Copa favorecerá apenas alguns locais como Rio de Janeiro e São Paulo. Não esperamos grande evolução em cidades como Cuiabá ou Curitiba, embora haja jogos programados para elas", diz. Pesquisando em países como África do Sul e Alemanha, onde a Copa já foi disputada, a Hotel Invest concluiu que os jogos até atrapalham por causa do aumento da oferta de vagas e redução no valor das diárias.

Bruno Mori, diretor para a região Sudeste da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, diz que 2013 foi "de regular para bom". Na cidade de São Paulo, tivemos uma melhora de um por cento na ocupação média, que subiu de 65% para 66%, e em termos de faturamento ficamos entre 2% e 2,5% de crescimento", revela. Já no Estado de São Paulo, o crescimento da ocupação média foi maior, com 2,3%, enquanto o faturamento subiu entre 3,3% e 3,4%, afirma.

Em 2014, diz Mori, a expectativa da ABIH é de que a ocupação cresça entre 4% e 7%: "Na época da Copa teremos uma taxa um pouco menor e valores de diária também menores, porque o mercado corporativo transferiu eventos de junho e julho para datas antes e depois da Copa. Por causa disso, tivemos o melhor início de ano dos últimos dez anos na cidade de São Paulo", comemora ele.

Com 180 mil apartamentos, sendo 42 mil só na capital, o Estado de São Paulo tem a maior rede hoteleira da América Latina.