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Valor Online ( Especial ) - SP - Brasil - 31-03-2014 - 11:53 -   Notícia original Link para notícia
Movimentação de cargas aumenta faturamento de empresa aérea

Por Paulo Brito  Para o Valor, de São Paulo



Milton Arantes, da PEC: passageiros representam no máximo 3% da receita


Com um avanço de 16,8% em relação a 2012, o setor de transporte aéreo foi um dos campeões de crescimento em 2013. Uma das empresas que puderam comemorar um ano excepcional foi a PEC Aviação, de Goiânia. Seu presidente, o aviador Milton Arantes, conta que foi o melhor ano da companhia, com um faturamento que se aproximou de R$ 9 milhões e um crescimento da ordem de 15% sobre o exercício anterior.


Embora registrada na Anac como táxi aéreo, o que a PEC menos transporta são passageiros, revela o presidente: "Nossas receitas vêm principalmente de cargas, com uns 65%, e de transporte aeromédico, com uns 35%", estima ele. Se fizer as contas na ponta do lápis, Arantes calcula que os passageiros podem representar no máximo 3% da receita.


Essa distribuição, segundo ele, é causada pelo fato de muitos executivos ou empresários terem atualmente seus próprios aviões e outros fazerem serviço de táxi aéreo sem estarem registrados ou habilitados para isso - o táxi aéreo clandestino. "Mas infelizmente 2014 não deverá ser como o ano passado e já estamos sentindo a desaceleração do mercado nos três primeiros meses do ano", lamenta o presidente da PEC.


A Copa do Mundo, segundo ele, irá prejudicar a atividade da companhia por causa das zonas de exclusão aérea que serão criadas como medida de segurança durante a realização dos jogos. "Não haverá restrições para transporte aeromédico, mas para valores, peças de reposição e outros tipos de carga, sim", explica.


Equipar aviões para o transporte de pessoas em urgências médicas foi a saída da PEC para crescer quando o número de passageiros começou a cair, conta Arantes. Enquanto outras empresas faziam esse transporte com jatos, que são bem mais caros, a PEC e algumas outras empresas de táxi aéreo propuseram à Anac e conseguiram, há oito anos, a homologação de aviões mais baratos (como o Sêneca, da Embraer) para esse serviço. Um dos bons resultados dessa estratégia é que a PEC não tem dívidas: seus sete aviões estão quitados.


Apesar do desempenho do setor aéreo e de exemplos como a PEC, Enio Paes de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Táxis Aéreos, não está animado com as perspectivas desse segmento de transporte: "O crescimento da quantidade de aeronaves em 2013 foi insignificante: das 1.536 que havia em 2012, o número evoluiu para 1.578 - apenas 2,73%", relata ele.


Como presidente da associação das empresas, Enio tem uma grande lista de questões que as prejudicam, a maioria relacionada às regras determinadas pelo órgão regulador, a Anac: "O segmento de táxi aéreo é considerado de utilidade pública, mas não recebe nenhum benefício tributário ou fiscal. Não há uma linha de crédito incentivada para renovação da frota, que é muito antiga, emperrando o desenvolvimento e consequente evolução do setor, que fica na contramão de um crescimento sustentável", afirma ele. "Enquanto as empresas de aviação regular atendem 135 municípios, nós atendemos 3.500", completa. Hoje, essas empresas transportam de tudo: dinheiro para agências bancárias, órgãos para transplantes, peças para veículos e também pacientes em situações de emergência médica.






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