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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 15-03-2014 - 08:22 -   Notícia original Link para notícia
Minas planeja produção de bioquerosene

Memorando prevê desenvolvimento e consolidação de uma plataforma de biocombustível para aviação em Minas Gerais


Mara Bianchetti


Anastasia espera transformar Confins no primeiro aeroporto "verde" do Brasil/Gil Leonardi / Imprensa-MG


Minas Gerais quer ser pioneira na produção e utilização de biocombustível na aviação nacional. Como primeiro passo da meta sustentável, o governador Antonio Anastasia assinou memorando com 17 empresas e instituições, visando ao desenvolvimento e à consolidação de uma cadeia produtiva de bioquerosene para o setor.

O plano de ação para implementação da plataforma mineira deverá ser discutido e acordado pelos participantes em até 60 dias. De forma geral, o plano é impulsionar a estrutura agrícola, transformando Minas Gerais em um grande fornecedor de matéria-prima para produção de biocombustíveis, implantando uma cadeia de suprimento apoiada pela academia e institutos de pesquisa. A meta é ter unidades de biomassa nos municípios de Jaíba e Montes Claros, no Norte de Minas, e usinas de prensagem do óleo em vários municípios.

De acordo com Anastasia, entre os objetivos, está o de transformar o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no primeiro aeroporto "verde" do Brasil. Para isso, haverá o desenvolvimento de estudos e projetos, passando pela pesquisa, refino, certificação, produção e utilização do bioquerosene pelas empresas aéreas que operam no terminal.

"Traçamos estas metas não somente para gerar menos ou quase nenhuma poluição, mas também para criar novas alternativas de renda para nosso Estado e todo o Brasil", explica o governador.

Segundo Anastasia, o programa deverá desenvolver toda a cadeia de valor do bioquerosene a partir de diversas matérias-primas, como cana-de-açúcar, pinhão-manso e camelina. Outro objetivo é ter uma indústria sustentável para aviação que vai desde a produção da biomassa até sua utilização no voo. A Plataforma Brasileira de Biocombustível foi formalmente estruturada em agosto de 2013.

Além do governo de Minas, assinaram o documento a Acrotech Sementes e Reflorestamento Ltda, Amyris Brasil Ltda, Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Azul Linhas Aéreas Brasileiras S/A, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), The Boeing Company, Boeing Brasil Serviços Técnicos Aeronáuticos Ltda, Byogy do Brasil Ltda, Camelina Company Brasil, Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, Consórcio AeroBrasil, Curcas Diesel Brasil Ltda, Embraer, Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).


Sustentabilidade - O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, destacou a importância da assinatura do documento e a iniciativa de Minas Gerais. Ele lembrou a liderança do país na produção de combustível fóssil e ressaltou o potencial de contribuição para o setor aeronáutico de maneira sustentável.

"A produção do bioquerosene é absolutamente possível, mas há desafios a enfrentar, como a infraestrutura, logística e a cadeia produtiva. E Minas se coloca como um instrumento que aponta para um futuro sustentável e de contribuição ao país neste sentido", avaliou.

Já o presidente da Faemg, Roberto Simões, acredita que se trata de uma nova oportunidade para o setor de produção agrícola de Minas Gerais. "São novas oportunidades para os produtores mineiros, principalmente aqueles que estão em áreas não tradicionais do cultivo do Estado, como no Norte e Nordeste", observou.

Conforme ele, a assinatura do memorando foi um passo inicial que colocou as entidades interessadas em contato. "Agora virão as definições dos projetos específicos. E na medida em que se defina a indústria produtora, teremos condições de partir para os projetos agrícolas de commodities, que certamente serão a base de produção do bioquerosene. Acredito que ainda em 2014 nós teremos consolidação desses projetos e em 2015 o início da produção", previu.


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