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Valor Online ( Eu e Investimentos ) - SP - Brasil - 26-02-2014 - 09:38 -   Notícia original Link para notícia
O Carnaval de glamour do Copa

No sábado, o Copacabana Palace vai promover mais um baile de Carnaval, uma tradição criada na década de 1920. Neste ano, a decoração é inspirada no dadaísmo, no surrealismo e na estética do período. Será o Dada Magic Ball. Mas, entre plumas, paetês e trajes black-tie, um destaque na noite do baile será a mudança do nome do hotel - os sócios decidiram chamar o consagrado "Copa" de Belmond Copacabana Palace. Pura polêmica. O prédio do hotel é tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional e o nome, por sua vez, representa um dos ícones do Rio de Janeiro com projeção internacional.


O nonagenário Copacabana Palace é o único da rede inglesa administrado por uma mulher, além de ser um dos três mais rentáveis hotéis do grupo por décadas batizado de Orient-Express, referência ao famoso trem de luxo, agora transformado em Belmond. Em 2013, o hotel carioca manteve média de ocupação de aproximadamente 68%. São 241 quartos ou suítes. O que contribuiu para o resultado é que, diferentemente do que ocorre no Hemisfério Norte, o hotel carioca não sofre queda de reservas no inverno. Há interesse durante o ano inteiro.


O que faz um hóspede procurar o tradicional "Copa", como é conhecido pelos cariocas, em vez de um hotel contemporâneo como o Fasano, na não menos consagrada praia de Ipanema? A diretora-geral, Andrea Natal, acredita que o concorrente atrai os mais jovens. No entanto, o glamour e a tradição do Copacabana Palace têm peso para quem busca a memória do Rio, além do conforto e requinte.


Pragmática, a bela Andrea não se alonga em comparações e preza o que caracteriza como "hospitalidade". Frisa que, além das instalações, o serviço de um hotel é fundamental. Atenta a um atendimento cuidadoso, ela diz que o hóspede tem que se sentir especial. Enquanto conversava com a reportagem, no ambiente suave, elegante e recém-redecorado do restaurante Cipriani, Andrea fez questão de cumprimentar um hóspede assíduo que recebia convidados para almoço na sala ao lado.



E além de um cumprimento da diretora-geral, os assíduos também recebem tarifas especiais. Atualmente um inglês de família nobre está "morando" no hotel desde outubro. Ele é convidado para festas e conversas com Andrea. No treinamento, a equipe do hotel é orientada a fazer com que ele se sinta mais íntimo da casa.


Durante o almoço, Andrea mostra preocupação com um barulho ao longe. "Pode perturbar os hóspedes", diz a diretora, atenta à piscina. O barulho, embora discreto, vem do andar superior ao restaurante Pérgula, onde um grupo monta o toldo e instala o tapete vermelho que vai servir de passarela para os famosos (ou não) que estarão no baile de gala no sábado de Carnaval. São esperadas cerca de 1,6 mil pessoas.


O baile, com decoração de Zeca Marques, terá duas bandas e será nos salões do Golden Room, onde já foi o cassino e hoje é palco de festas. As sextas-feiras e sábados estão reservados para casamentos e celebrações até o fim do ano. Há datas disponíveis apenas para 2015. Os preços dos ingressos para o Dada Magic Ball variam de R$ 1.800 (avulso) a R$ 4.350 cada um (camarote mínimo de dez pessoas). A atriz Luana Piovani será a rainha da noite. Famosos, belos ou consagrados (ou os dois), estão na lista, mas não recebem cachê (apenas não pagam pela noite).


O primeiro baile do Copa ocorreu em 1924, um ano depois da inauguração. Logo entrou para o calendário oficial do Carnaval e ficou até 1973, quando os fundadores - a família de Octávio Guinle - já não tinham fôlego para manter o padrão de luxo. Foi uma época em que os bailes de luxo estavam em baixa. Em 1989, o grupo Orient-Express comprou o Copa e, em 1993 reviveu a gala.


Andrea começou no Copacabana Palace em 1990 e foi gerente de hospedagem por um ano e oito meses, sendo a primeira mulher a trabalhar em contato direto com os clientes. Após quase dois anos, saiu para acompanhar o marido. Mudou-se para Saint-Martin e ilhas Seychelles e, depois, viveu em Paris. Morou fora do país até 1996, quando regressou ao Rio e ao Copa. Desde então, mora no hotel com o filho, que é estudante de economia. Em 2012, ela virou diretora-geral após a transferência do então diretor-superintendente, Philip Carruthers, para a presidência do conselho da Orient-Express - aliás, Belmond - no país.



Andrea comanda cerca de 600 funcionários. Como o Copa está entre os empreendimentos mais rentáveis do grupo, o resultado estimula a rede a destinar 4% do faturamento anual em investimentos nas próprias instalações. No ano passado foram investidos R$ 30 milhões na ampliação do lobby e renovação de 147 apartamentos. O restaurante Cipriani foi redecorado. Ganhou cores claras e, no lugar do pomposo cristal, os lustres agora são estilo art nouveau - foram importados de Veneza; as luminárias nas paredes que simulam castiçais são de Murano. Afinal, em Veneza está o famoso hotel Cipriani do grupo, e é natural que o restaurante com o mesmo nome recebesse inspirações da origem.


Andrea quer reformar o restaurante Pérgula, junto à piscina. No novo cardápio, terá pizza aos domingos. E a ideia é criar na varanda externa do Copa, aberta para a avenida Atlântica, uma área para drinques à noite. A última novidade, inaugurada recentemente, é o restaurante Mee - que significa "beleza" em coreano. A proposta é de gastronomia pan-asiática, com pratos da cozinha da Tailândia, Malásia, Coreia, China, do Japão, Camboja, Vietnã e de Cingapura.


O chef é Rafael Hidaka, paulistano de 31 anos, ex-Kinoshita e ex-Osaka. No sushi bar os clientes podem provar o SashiMee - com dez ingredientes, como enguia, caranguejo e a vieira na manteiga de trufa, ou as fatias de "kobe beef" ao molho ponzo. Há outros pratos, como salada tailandesa picante com tangerina (entrada), o pato crocante com copos de alface, o salmão cantonês ao vapor e o arroz frito com abacaxi.


Andrea busca treinar a equipe indo além da formação clássica de garçom. Estimula a cultura geral dos funcionários, criando um estilo muito próprio de gestão, para desenvolver um ambiente de hospitalidade. Para este Carnaval, os pacotes são de cinco dias. As tarifas partem de R$ 12.500, com café da manhã incluído no restaurante Pérgula, até R$ 60 mil para uma suíte na "penthouse" no sexto andar, onde tem piscina e quadra de tênis na cobertura.






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