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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 24-02-2014 - 10:21 -   Notícia original Link para notícia
Copa do Mundo deve dobrar expansão do Grupo Águia no ano

Por João José Oliveira - De São Paulo



Castello Branco, do Águia: "Estamos de olho nas oportunidades [de consolidação] e temos dinheiro em caixa"


O Grupo Águia, formado por dez empresas de turismo, espera dobrar a taxa de crescimento da receitas este ano em relação ao avanço de 2013, com a venda de pacotes e serviços para a Copa do Mundo, que o Brasil sedia entre 12 de junho e 13 de julho. Depois do evento, a meta é manter a expansão por meio de aquisições.


A empresa pagou US$ 40 milhões à Fifa pelo direito de comercializar pacotes de "hospitality" (ingressos de camarotes) em parceria com a Traffic. O plano é atingir 300 mil bilhetes vendidos - 200 mil a estrangeiros.


Essas operações envolvem uma ou várias empresas do Grupo Águia, que controla de operadora de taxi aéreo a agência de viagens. Mas as duas unidades mais diretamente envolvidas com a Copa são a Match Connections, representante oficial para comercialização dos camarotes na Copa, e a Planeta Brasil, que oferta pacotes mais completos para as companhias. "O ano será atípico porque vamos atender mais clientes estrangeiros", disse o presidente do Grupo Águia, Paulo Castello Branco.


Em 2013, o faturamento do Grupo Águia cresceu 12,5% em relação à receita de 2012. Para este ano, a meta é dobrar essa taxa.


Nas contas da empresa, o tíquete vendido para um lugar em um camarote de estádio na Copa pode gerar uma receita dobrada se outros serviços, de viagens e eventos, forem atrelados à operação. "A maioria dos pacotes hospitality é comprada por empresas. Mas esses clientes precisam dos serviços de translados, hospedagens, bilhetes aéreos e, muitas vezes, da produção de eventos antes dos jogos". Assim, calcula Castello Branco, o preço de um camarote, de US$ 1 mil, pode render outros US$ 1 mil, com margens líquidas maiores.


Para atender a essa demanda, o Grupo Águia aumentou de 600 para 3 mil o número de funcionários que estão trabalhando este ano. A grande maioria formada por trabalhadores temporários e firmas contratadas.


O grupo bloqueou 60 mil assentos em restaurantes nas 12 cidades-sede da Copa. Em algumas delas, empresas contrataram a produção de eventos à parte, os chamados "esquenta", em que aproveitam o clima festivo de Copa para fazer marketing de relacionamento com clientes, fornecedores e profissionais de mídia.


"Estamos com o foco 100% voltado para a Copa", diz Castello Branco, que afirma ainda haver poucos ingressos disponíveis para algumas cidades-sede mais afastadas do eixo Rio-São Paulo, como as capitais nordestinas, Manaus e Cuiabá. O executivo rebate a tese de que as vendas tenham sido afetadas pelo receio de novas manifestações populares durante os dias de jogos.


Entre os que compraram os pacotes de camarotes para assistir ao torneio, dois terços são estrangeiros. Segundo informou a Fifa na sexta-feira, a venda de ingressos para a Copa atinge 2,3 milhões de unidades, restando pouco mais de 160 mil bilhetes disponíveis para o evento. Dos bilhetes comercializados, 57% foram adquiridos por brasileiros e 43% por torcedores estrangeiros. O Brasil é o país com mais ingressos atribuídos (906 mil), seguido dos Estados Unidos (125 mil) e da Colômbia (60 mil).


Castello Branco diz que a Copa também será usada para prospectar potenciais alvos de aquisição. O plano é observar parceiros que mostrem capacidade de agregar valor ao grupo. "A consolidação está em nosso DNA. Estamos de olho nas oportunidades e temos dinheiro em caixa", aponta ele, sem citar dados de balanço da empresa de capital fechado.


Castello Branco também rebate a possibilidade de receber aportes de capital de grupos estrangeiros, fundos de investimento privado ou abrir o capital. "A CVC mostrou que existe espaço para nosso setor", admite ele, referindo-se à operação por meio da qual a operadora de turismo líder da América Latina captou em dezembro passado, na Bovespa, R$ 621 milhões em uma oferta secundária de ações. "Até recebemos sondagens de bancos, empresas e fundos, mas não é algo que esteja em nossos planos por enquanto", diz Castello Branco.


Por enquanto, o executivo trabalha no plano de criar duas holdings no Grupo Águia. Inicialmente, a ideia é abrigar uma dupla de controladas embaixo de cada uma dessas novas estruturas. Uma holding será voltada para o turismo receptivo, especializado em receber visitantes estrangeiros. Outra holding terá como foco o turismo de incentivo, voltado para promover viagens para empresas de grande porte, que queiram premiar seus clientes ou melhores fornecedores, por exemplo.


Operadora Stella Barros será relançada


Por João José Oliveira | De São Paulo


A Stella Barros, operadora de viagens com 50 anos de idade, começa nesta semana a tirar do papel o plano de expansão desenhado em 2012, com a estreia no comércio eletrônico, a abertura de cinco novas lojas nas maiores capitais do país e o lançamento de franquias. "Queremos que essa empresa represente entre 12% a 15% do faturamento do grupo", disse o presidente do Grupo Águia, Paulo Castello Branco.


A Stella Barros chegou a ser líder na venda de pacotes turísticos para a Disney. Até que no fim dos anos 90 a empresa sofreu com a valorização do dólar e teve a marca comprada pelo Grupo Águia em 2004. Atualmente, a unidade responde por menos de 5% das receitas do grupo.


A agência é hoje uma das 10 empresas que integram o Águia. Mas gera uma receita marginal, inferior a 1% do faturamento total das controladas.


O primeiro passo para tirar a marca do marasmo é entrar no mundo do comércio eletrônico. Com investimento de R$ 1,5 milhão, o Grupo Águia desenvolveu o sistema de vendas de pacotes turísticos on-line. "Precisamos desse canal, embora eu acredite que esse setor precise de lojas físicas", diz Castello Branco. "Para pacotes mais simples e baratos, a internet funciona, mas para pacotes mais complexos e caros, a prestação de serviços é fundamental", afirma o executivo.


É nesse ponto que entra o plano de abrir cinco lojas até o fim do próximo ano, começando por um espaço modelo que será inaugurado em São Paulo neste semestre e outra grande vitrine no Rio. "Serão lojas em que vamos vender consultoria em viagens, prestar um serviço que vai além da comercialização de pacotes", diz Castello Branco.


O executivo conta que a Stella Barros vai lançar a franquia da marca até 2016. "Quando tivermos cinco lojas iremos para a franquia", diz Castello Branco.


O plano é disputar mercado com agências que vendem pacotes de viagens atrelados à prestação de serviços, com foco nas classes A e B. "Não vamos competir com a CVC, que tem escala e foco no público classe C", afirma o presidente do Grupo Águia, que reconhece na concorrente um papel de protagonista do setor. "Quando a CVC foi abrir capital, torci pela operação porque criou um 'benchmark' [referência] e histórico de dados que servem para todos."



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