Em tempos de rotinas agitadas, negócios globalizados e fluxos acelerados, as conexões aéreas se tornam imprescindíveis para encurtar distâncias pessoais e profissionais e facilitar a vida das pessoas. Não é por acaso que o mercado de passagens aéreas cresce ano após ano no Brasil. Por dia, são emitidos mais de 270 mil bilhetes. Os preços das viagens até diminuíram nos últimos anos, mas ainda são inacessíveis para grande parte da população em algumas épocas do ano. Como em todos os outros setores da economia, o mercado precisa se atualizar. É nesse contexto que surge o nicho de comercialização de milhas, acumuladas nos cartões de crédito e em bônus de companhias aéreas. A nova forma de negócio vai de encontro à necessidade da população de ter a oportunidade de voar a preços mais acessíveis. A internet se transformou em palco para a criação de diversos sites de troca de passagens aéreas por meio de milhas. 

O sistema é um tanto quanto complexo: o detentor das milhas estipula o valor que deseja receber por cada uma; quando o comprador seleciona o trajeto da viagem, o site busca passagens aéreas em várias companhias e mostra o preço para compra direto na empresa e, também, para aquisição por meio das milhas. Caso o comprador opte pela compra com os pontos, o detentor das milhas é comunicado e fica responsável por trocá-las diretamente na empresa aérea e gerar a passagem no nome do comprador. Esse é um mercado em ascensão e muito promissor. Muitos consumidores que têm milhas acabam deixando-as expirar, em função da falta de conhecimento das possibilidades que teria para trocar. Alguns nem chegam a associar seus cartões a programas de milhagens. Relatório divulgado pelo Banco Central mostra que, só em 2010, os brasileiros deixaram de resgatar 101,3 bilhões dos 591,2 bilhões de pontos gerados nos programas de fidelidade dos cartões de crédito, 17% do total. Esse tipo negócio não deve operar uma briga contra as empresas aéreas. Pelo contrário, ele depende da operação dessas companhias aéreas com programas de fidelidade, portanto, é essencial um bom relacionamento entre esses sites e todo o segmento. A segurança é o item que mais preocupa os clientes que utilizam sites de trocas de milhas por passagens. Em muitos casos, os clientes são obrigados a ceder todos os dados de acesso para participar de um site. Algumas plataformas, como o MaxMilhas, têm princípios de segurança diferentes e não exigem que o detentor das milhas forneça todas as informações pessoais. 

Quando apenas os próprios titulares das milhas fazem ofertas, com conferência automática de todos os e-tickets emitidos pelas transações dentro do site, não há com o que se preocupar. Por isso, o mais importante é avaliar se as condições - tanto para quem oferece as milhas quanto para quem as compra - são seguras. Mesmo que o formato ainda levante desconfianças, por se tratar de uma forma de negócios relativamente nova, vale a pena se abrir para as possibilidades. A economia na compra de passagens por meio de milhas pode chegar a 90%. E quem tem os pontos pode ser dono de grandes oportunidades de negócio.