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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Opinião ) - MG - Brasil - 10-01-2014 - 08:53 -   Notícia original Link para notícia
O sucesso dos voos baratos

Desde que as companhias aéreas passaram a vender passagens com preços que competem com o cobrado nos ônibus, a classe média emergente passou a optar pelo transporte aéreo, vencendo as mesmas distâncias enfrentadas na via terrestre.

Com isso, passageiros que até então nunca voaram, preferiram enfrentar o desconforto dos voos regionais, levados pelo interesse em atingir o seu destino no mais curto espaço de tempo.

Recentemente, o "The Wall Street Journal" ressaltou a existência de um mercado promissor na América Latina, onde operam seis empresas aéreas de baixo custo, em contraposição às vinte e duas que atuam no Sudeste asiático.

Desde 2005, o potencial do tráfego aéreo na América Latina vem crescendo consideravelmente, tendendo a duplicar nos próximos vinte anos. No México, devido aos grandes descontos oferecidos pelas pequenas empresas, a tradicional Mexicana, uma das principais empresas de aviação do país, viu-se obrigada a promover sua liquidação judicial em 2010.

Em 2013, a Volaris, uma das companhias de baixo custo, não fez segredo de que fixava o preço de suas passagens "para competir com os ônibus de longa distância". Isto se deve ao fato de que os mexicanos fazem, a cada dois anos, menos de uma viagem de avião e 50 de ônibus no mesmo período.

A Ryanair, transportadora irlandesa, foi a pioneira do custo ultrabaixo, colocando mais assentos nos aviões e voando em horários inconvenientes, cobrando por serviços que nas empresas concorrentes eram gratuitos.

No Brasil, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes começou, em 2000, como operadora de baixo custo, alterando esse critério nos últimos anos, devido às perdas que vinha sofrendo, optando, então, por ser uma "companhia aérea normal". O seu espaço foi ocupado pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que passou a ligar cidades secundárias e terciárias, mediante tarifas bem mais baixas.

Enquanto a Azul transportou, entre 2009 e 2012, 85 milhões de passageiros, as viagens de ônibus caíram 3%, isto é, para 126 milhões, de acordo com os dados oficiais.

Um dos segredos das empresas de custo baixo foi a eliminação de todos os serviços que eram oferecidos pelas companhias convencionais e a limitação do peso da bagagem, que não deve ultrapassar a 20 kg.

Assim, visando maior economia, passaram a cobrar por tudo que gere custos para um avião como, por exemplo, o excesso de peso, que concorre para maior gasto de combustível.

Buscando avaliar a presença daqueles que deixaram de fazer uso do ônibus, devido à implantação dos voos baratos, não raramente, um dos comissários de bordo questiona: "Quem está voando pela primeira vez?". A resposta vem de imediato, cerca de metade dos passageiros levanta a mão.


* Advogado e Conselheiro Nato da OAB - www.facebook.com/aristoteles.atheniense


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