Embora o governo de Minas Gerais já venha se reunindo com o Consórcio Aerobrasil, concessionário do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), para tratar do aeroporto indústria, o projeto só deve sair do papel a partir de meados de março, quando o consórcio assume a administração do terminal.

"Entre outros assuntos, já estamos discutindo com o consórcio sobre como o aeroporto indústria será operado. A nova administração do aeroporto ficará responsável em buscar a ocupação comercial do terminal", disse o subsecretário de Estado de Assuntos Internacionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Luiz Antônio Athayde.

O aeroporto indústria foi planejado para ser um hub logístico multimodal para abrigar empresas de tecnologia, voltadas para a exportação e dependentes de cadeias de suprimentos globais, com base no transporte aéreo. Entretanto, após duas tentativas frustradas de licitação para escolha do operador do terminal terem terminado em deserto pela falta de interessados, o projeto, que começou a ser elaborado em 2005, ficou praticamente parado.

O projeto original do aeroporto indústria previa a implantação do complexo em uma área inicial de 46 mil metros quadrados, pertencente ao Estado. Porém, já havia um plano de expansão, com agregação de mais 150 mil metros quadrados. Inicialmente, o terreno foi dividido em nove lotes, mas isso também poderá ser alterado de acordo com a necessidade das empresas que serão instaladas no local.

Vetor Norte - O aeroporto indústria também faz parte do plano macroestrutural do governo de Minas para o Vetor Norte da Capital para os próximos 30 anos. A base para o planejamento é a implantação de um corredor multimodal, que inclui um conjunto de obras viárias de acesso ao aeroporto de Confins.

As intervenções incluem as vias internas do aeroporto e a restauração de parte da MG-424, que liga Vespasiano (RMBH) a Sete Lagoas (região Central). Os acessos viários à plataforma multimodal de transportes do terminal e ao Centro de Capacitação e Tecnologia Aeroespacial de Minas Gerais (CCAE), em Lagoa Santa (RMBH), também estão incluídos no pacote.

O aeroporto de Confins foi concedido ao Consórcio Aerobrasil, formado pela Companhia de Participações em Concessões CPC (CCR), Zurich Airport International AG e Munich Airport International Beteiligungs GMBH, no final de novembro passado, que arrematou o terminal por R$ 1,82 bilhão.